segunda-feira, 15 de julho de 2013

Petronilha Morais - As Mulheres de Shakespeare



Nas diversas obras de William Shakespeare (1564-1616) suas protagonistas são causadoras e vítimas de constantes tragédias onde a disputa pelo poder é o conflito principal. No período em que essas obras foram escritas, o desvalor social e cultural da mulher era constante, inclusive na forma de representação teatral onde os personagens femininos eram interpretados por homens. A mulher era motivo de risos estando sempre relacionada à fragilidade.Dessa forma, podemos observar movimentos e características psicológicas das personagens: Julieta “Romeu e Julieta”, Ofélia “Hamlet”, Desdêmona “Otelo” e Lady Macbeth “Macbeth”, numa estética moderna e crítica onde "Julietas não morrem mais por amor", "Ofélias com seus encantos afogam seus cantos" e "Desdêmonas vítimas sufocam amores ciumentos".
O espetáculo “As Mulheres de Shakespeare” é uma peça de dança-teatro que caminha sobre dualidades humanas em territórios compostos por essências hibridamente expostas numa dramaturgia corporalmente construída a partir de pesquisas sobre as personagens Desdêmona, Lady Macbeth e Ofélia das tragédias Otelo, Macbeth, Hamlet, escritas pelo dramaturgo inglês William Shakespeare.
O Núcleo Atmosfera traça novos olhares sobre a dramaturgia do corpo, partindo de releituras das tragédias Otelo - O Mouro de Veneza, Macbeth e Hamlet, do dramaturgo inglês William Shakespeare, propondo um recorte específico sobre suas protagonistas. De acordo com o professor Leônidas Portella, por se tratar de uma obra de arte contemporânea, o olhar é sempre voltado para a dramaturgia. “Não costumamos limitar os olhares do público afirmando o significado de cada símbolo em cena, acreditamos que cada espectador conquista o seu próprio olhar no decorrer da apreciação do espetáculo”, explica.
As intérpretes – que neste caso são também criadoras - vestidas de vermelho num palco harmoniosamente florido revelam suas particularidades expressivas de forma orgânica,abstrata e social.O vermelho está presente em todos os momentos da vida e também na morte, seja triste ou alegre - no parto, no ciclo menstrual, na sensualidade, no prazer, no amar, nos desejos. O vermelho representa aí algo que quer sair, algo forte, verdadeiro, quer gritar os desejos mais profundos. Portanto podemos observar em cada cena sensações expostas por essas mulheres vermelhas, sensações inteiramente únicas e puras, fortes e fracas, românticas e submissas. Sim! Muito sábias ao serem submissas "a submissão é uma atitude mútua, independente daquele que julga ter mais autoridade se comparado ao outro. Ela significa limitar-se voluntariamente ao outro sem contrariar a nossa consciência ou nos obrigar a fazer algo condenável ou à força".

http://www.youtube.com/watch?v=sMTexF0VkIE 



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