Assistir a “Pina” é como ver um musical, um
documentário, e um espetáculo ao vivo. Uma obra que traz novamente a discussão
dos limites da arte como via para a imortalidade, a transcendentalidade. A
artista Pina Bausch agora torna-se um símbolo
para um grande público, e as imagens carregadas de emoção e significado que
Wenders apresenta em seu longa, mostram um trabalho que consegue entregar um belíssimo
jogo de símbolos. Símbolos esses que só são utilizados para quando faltam as
palavras.
Vale ressaltar que o longa foi FILMADO nesse formato), são de
grande competência. Nota-se por detalhes mínimos como a translucidez das
cortinas vermelhas do palco, ou as excelentes noções de profundidade e
geometria espacial. O bom trabalho com o espaço no quadro exalta as impressões
tridimensionais da imagem, que essas ganham textura deveras palpável. É
bastante engenhosa a escolha em posicionar a câmera atrás de cadeiras do
teatro, o que estimula a imersão do espectador de fato nas poltronas da tela.
Todo um conteúdo lírico,
poético, tantas vezes mais sensorial que reflexivo, tantas vezes distante de um
entendimento mecânico e técnico, e cada vez mais próximo do sublime, do
intangível; o que, por sua vez, aparentemente sintetiza com precisão o trabalho
da coreógrafa, dançarina, mestre e diretora de balé Pina Bausch.
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