Laban desenvolveu suas teorias na
primeira metade do séc. XX, influenciado pelo racionalismo da época, que
buscava uma linguagem objetiva, científica e portadora da verdade e pela
psicanálise nascente que via na subjetividade a fonte da verdade. Para suas
teorias espaciais, Laban buscou apoio na geometria euclidiana.
Para
Laban o Corpo faz parte de uma relação estrutural que inclui ainda Esforço,
Forma e Espaço, categorias que se inter-relacionam e informam-se mútua e
continuamente.
Assim
temos: teoria e prática, função e expressão, interno e externo, mobilidade e
estabilidade, Peso leve e forte, etc, como exemplos de dualidades que dialogam
em gradação contínua.
O
Sistema Laban é, desse modo, um sistema aberto, em constante renovação, como a
própria escrita do Laban indica. Essa linguagem dinâmica exige um olhar que se
sabe parcial, ela nos permite versões sobre o movimento, indica lugares de
experimentação sem pretender querer alcançar a verdade do objeto que observa.
Em sua metodologia procura-se observar e estar atento, curioso, às diversas
manifestações de movimento, diversos tipos e estilos de dança, corpos
diferentes, peculiaridades e diferenças, atividades diversas, enriquecendo
dessa forma o nosso olhar sobre o outro e ampliando a percepção das relações
corpo-espaço.
Temas
labanianos: Interno/ Externo; Mobilidade/ Estabilidade; Função/ Expressão;
Ação/ Recuperação; Complexidade/ Simplicidade – dualidades, polaridades de um
continuum. A compreensão da dualidade dentro de uma unidade está enraizada em
nossa experiência de nossa forma física em nosso ambiente – assim temos, por
exemplo, a vertical (em cima e embaixo) alinhada à tensão gravitacional; a
experiência de nossa bilateralidade simétrica (lado direito e lado esquerdo;
frente e atrás); nossa respiração (para dentro, para fora); estar acordado ou
dormindo. Dualidade – contextual relativa (eu sou baixa ou magra em relação à
quê? Ou quem?)
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